A cidade de São Paulo, assim como tantas metrópoles centenárias ao redor do mundo, enfrenta um desafio real e urgente: o envelhecimento do seu centro. Prédios vazios, regiões degradadas e espaços que perderam vitalidade revelam uma cidade que, em certas áreas, parou no tempo. É hora de debater um novo ciclo de transformação. Um ciclo que inclua a revitalização de espaços urbanos com inteligência, propósito e responsabilidade , e isso passa, sim, pela mídia exterior moderna.

Não estamos falando em retroceder nos avanços da Lei Cidade Limpa. Ao contrário: defendemos que ela evolua. Que se modernize com base em exemplos globais de sucesso como Nova York, Dubai, Tóquio, Londres, Hong Kong e Las Vegas, cidades que souberam equilibrar tradição, tecnologia, entretenimento e espaços de convivência. Todas elas têm algo em comum: legislações claras e distritos bem organizados onde a mídia exterior faz parte de um projeto de cidade, e não de uma disputa ideológica.

A proposta que vem sendo discutida por vereadores, como o recente projeto de requalificação da mídia exterior, não é sobre “poluir visualmente” a cidade. É sobre revitalizar. É sobre atrair investimentos, valorizar o patrimônio urbano, aumentar a segurança e devolver o brilho a áreas que hoje estão entregues ao abandono, como trechos da Avenida Paulista e do centro antigo.

A cidade já mostrou que sabe fazer isso. Exemplos não faltam: o Sambódromo, o Parque Ibirapuera, o Vale do Anhangabaú. Todos passaram por intervenções pontuais, muito bem planejadas, que respeitam a Lei Cidade Limpa e trouxeram mais cultura, turismo e vida urbana para os cidadãos.

Vale lembrar que não estamos propondo uma “Times Square dentro do Ibirapuera”. Cada espaço tem sua vocação. Em Nova York, por exemplo, Times Square e Central Park coexistem a poucos quarteirões de distância, oferecendo experiências urbanas completamente diferentes e complementares. O mesmo pode e deve acontecer em São Paulo. A cidade já é naturalmente diversa: temos o Ibirapuera para o contato com a natureza, o bairro da Liberdade para a cultura tradicional, o Anhangabaú como espaço de eventos populares. Por que não criar também um distrito de tecnologia e inovação urbana, com mídia digital, luz e vida, que ajude a promover o desenvolvimento econômico e social?

É urgente mudar a narrativa. O projeto não é para benefício de poucos. É para a sociedade. É para os paulistanos. A prefeitura e os vereadores precisam do apoio de quem acredita no progresso com responsabilidade. E precisamos, mais do que nunca, de coragem para sair da inércia e dar luz literalmente a regiões que hoje estão mergulhadas na escuridão do abandono.

Estudos de caso comprovam: Times Square, Piccadilly Circus e até a Explanada dos Ministérios em Brasília já foram territórios dominados pela degradação. Hoje são cartões-postais, símbolos de revitalização e fomento à economia urbana.

Fica uma única pergunta para refletirmos juntos:

Por que São Paulo não pode, também, ter um plano de melhoria e reforma urbana em áreas degradadas?

Uma cidade moderna precisa ser eclética. Precisa de luz, vida e pluralidade. E a mídia exterior planejada e sustentável pode ser uma aliada poderosa nesse caminho.

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